Anos 80, uma década que não terminou!

Um fato que não tem como ser negado é que as músicas dos anos 80 se tornaram uma referência no mundo todo; foi também a década mais reverenciada no cinema e na TV. Havia uma certa inocência que fazia a gente produzir coisas muito simples, e a simplicidade sempre ajuda o público a responder àquelas produções. Nos anos 80 a ideia era simplesmente se divertir!

VINIL, K-7, INOVAÇÃO E DIVERSÃO!

O uso da tecnologia que já vinha sendo experimentada nos anos 70 se tornou mais acessível aos novos artistas nos anos 80, bem como os instrumentos musicais e, com o crescimento econômico, comprar discos de vinil e fitas K7 ficou mais fácil.

A experimentação corria solta, bandas reinventavam o uso de instrumentos convencionais, os integrantes usavam roupas e penteados com cortes extravagantes, numa clara apologia à fuga de regras, o que de certa forma atingiu o estilo musical.

NEW WAVE, SINTH POP e ÍTALO DISCO

Foi a década da música eletrônica e da moda colorida e futurista. Nesta época, a New Wave e o Synth-Pop se tornaram os gêneros musicais mais populares, assim como toda a estrutura da Dance Music. Entre as bandas de sucesso na época expoentes destes gêneros estavam: Alphaville, A-ha, Depeche Mode, Tears for Fears, Cindy Lauper, Duran Duran, New Order, Rick Astley, Erasure, Eurythmics, Pet Shop BoysHuman LeagueDead or Alive e Milli Vanilli.

Michael Jackson foi definitivamente o maior ícone da década de 1980, com imagem e estilos marcantes. Seu famoso álbum de 1982, Thriller, tornou-se o álbum mais vendido de todos os tempos.

Madonna foi a maior estrela e símbolo feminino dos anos 80, com os primeiros anos da carreira marcados por controvérsias e aplicações de tendências ao mainstream, da sonoridade dançante à moda.

Como o termo Disco havia saído de moda nos primeiros anos da década, gêneros como Pós-Disco, Ítalo Disco, Euro Disco e Dance-pop tornaram-se mais populares com representantes como Baltimora, Laura Branigan, Gazebo, Spagna, Savage, Desireless, Bad Boys Blue, Modern Talking, etc.

Muitos hits foram embalados pelo cinema principalmente com a grande popularidade dos filmes de dança como Flashdance, Footloose e Dirty Dancing.

A ascensão do Pop favoreceu o surgimento das populares Boy Bands da década, Menudo e New Kids on The Block, além de ter impulsionado a música romântica através de artistas como Whitney Houston, Air Supply, Bryan Adams, Roxette, etc.

ROCK

Logo no início dos anos 80 surgiu no underground a subcultura gótica na Inglaterra, derivada do gênero Pós-punk (com raízes no Punk Rock, porém mais introvertido, complexo e melancólico) de bandas como The Cure, Joy Division e Talking Heads.

Heavy Metal, junto com o movimento New Wave of British Heavy Metal, recebeu inúmeras vertentes ainda mais rápidas e pesadas, como o popular Thrash Metal, consagrando bandas como Iron Maiden, Metallica, Slayer, Megadeth, Judas Priest e Anthrax.

Conservando as raízes do Hard Rock merecem destaque os longos períodos de sucesso que tiveram as bandas Bon Jovi, Van Halen, AC/DC, Guns n’ Roses, Def Leppard, Twisted Sister, Whitesnake e Scorpions.

Em meados dos anos 80, foi criado o Sepultura, tido por alguns como a maior banda de Heavy Metal brasileira.

Inúmeras bandas consagradas de Rock Pop surgiram nos anos 80 como Queen, U2, The Police, The Smiths e outras já vindas de décadas passadas tiveram seu auge nos anos 80 como Tina Turner Dire Straits.

RAP e HIP HOP

Afrika Bambaataa, produtor musical e DJ estadunidense, além de ter inovado os paradigmas do Electro, também é reconhecido como sendo o padrinho do Hip Hop. Foi o primeiro a utilizar o termo e dar as bases técnica e artística para o ritmo, formando assim uma nova cultura que se expandia nos bairros negros e latinos da cidade de Nova Iorque e que congregava DJs, MCs, Writers (grafiteiros), B.boys B.Girls (dançarinos de Breaking).

Grupos como Public Enemy, Grandmaster Flash and the Furious Five, Run-DMC e MC Hammer chegaram a figurar entre os “100 Maiores Artistas de Todos os Tempos” pela Revista Rolling Stones.

Surgiam com isso, os grupos de rap nacional tendo como precursores os frequentadores das reuniões da cultura Hip Hop no Brasil no fim da década: Ndee Naldinho, Thaíde e os membros do RZO e do Racionais MC’s.

HOUSE MUSIC

Foi nos anos 80 que surgiu a vertente da música que mais originou variantes, a House Music. Inspirada em experimentações de batidas dos anos 70, principalmente da Disco Music, teve como principais representantes: Lee Marrow, Inner City, Capella, Black Box e claro, o Acid House de Bomb The Bass, S’Express e M.A.R.R.S. entre outros.

FREESTYLE

Um ritmo que ganhou grande popularidade foi o Freestyle (conhecido também por Miami Bass ou Funk Melody). Iniciado pelo Afrika Bambaataa em sua faixa “Planet Rock” sob bases da música eletrônica e da Disco Music dos anos 70 e posteriormente eternizados por artistas como Noel, Stevie B., The Cover Girls, Lil Suzy, Company B., Information Society, Shannon, The Voice in Fashion e Kon Kan.

POP ROCK NACIONAL

No cenário nacional foi uma década incontestavelmente dominada pelas bandas de Pop Rock, influenciadas pelo PunkPós-punk e New Wave, porém menos agressivo; continham em suas letras uma forma de manifestação cultural, refletindo os anseios de uma geração de jovens que cresceu sob a ditadura, buscando uma sociedade menos repressora. Destaque para RPM, Titãs, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Kid Abelha, Cazuza, Ultraje a Rigor, Biquini Cavadão, Os Paralamas do Sucesso, Plebe Rude, Lulu Santos, Metrô, Nenhum de Nós, etc.

Na mesma onda, estourava nas rádios o som popular romântico de artistas como Ritchie, Roupa Nova, Rosana, Marquinhos Moura, Fábio Júnior, Dominó, Wando, etc.

MÚSICAS INFANTIS

Os grupos de música infantil, embalados pelo sucesso dos programas de TV do gênero e dos desenhos animados, acompanhados pela indústria de brinquedos e sob grande influência do New Wave, como Balão Mágico, Trem da Alegria e Xuxa, também deixaram sua marca.

LAMBADA

Lambada é a mistura do Carimbó paraense com a música metálica e eletrônica do Caribe. O grupo Kaoma lançou, em 1989, o hit “Lambada (Chorando se foi)”, considerado o boom do gênero, sendo sucesso em diversas partes do mundo. Aqui no Brasil o cantor Beto Barbosa se tornou um dos mais representativos emplacando vários hits do gênero.

A lambada tinha, como principal característica, os casais abraçados dançando um ritmo acelerado com giros e acrobacias, o que gerou muitos shows e concursos de dança pelo mundo.

AXÉ MUSIC

Axé Music surgiu na Bahia, diretamente ligado ao carnaval de Salvador, e se espalhou pelo país no final da década de 80. É uma mistura de ritmos, dentre eles podemos citar o frevo pernambucano, ritmos afro-brasileiros, reggae, merengue, forró, maracatu e outros afro-latinos.

Uma das canções conhecidas como um marco na história do axé é “Fricote”, de Luiz Caldas – que na época era líder da banda Acordes Verdes e tinha Carlinhos Brown na percussão. A canção alavancou a carreira do artista e deu popularidade nacional ao gênero.

Pegando carona no ritmo, surgiram bandas como: Banda Reflexus, Banda Mel, Olodum, Chiclete com Banana, Asa de Águia e Sarajane.

MÚSICA SERTANEJA

Durante os anos oitenta, houve uma exploração comercial massificada do sertanejo, somado, em certos casos, a uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda.

Dessa nova tendência romântica da música sertaneja surgiram inúmeros artistas, entre os quais: Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Milionário e José Rico, João Mineiro & Marciano, Matogrosso & Mathias, Chrystian & Ralf, Chico Rey & Paraná, Gian & Giovani, Ataíde & Alexandre, Gilberto & Gilmar, além das cantoras Nalva Aguiar, Jayne e Roberta Miranda e as duplas As Mineirinhas e As Marcianas.

SAMBA E PAGODE

Depois de um período de esquecimento, o samba consolidou sua posição no mercado fonográfico no final da década de 1980, especialmente impulsionado por um novo estilo, que foi batizado de pagode, que revelou nomes como Almir Guineto, Jorge Aragão, Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho e Grupo Fundo de Quintal, além de consolidar a carreira de Agepê e Bezerra da Silva.

É importante salientar que na década posterior, a indústria fonográfica rebatizaria o pagode, com uma forma diferente de fazer samba, guardando poucos elementos do samba inovador da década anterior.

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Fonte: Parte do conteúdo extraído do site Wikipedia e parte criado por Erivanilson Oliveira.